Todo torcedor de futebol que se preze, tem um boteco de estimação, onde assiste os jogos do clube do coração. Quem frequenta esse ambiente, sabe como há situações peculiares, e interessantes, próprias do lugar.
Pensando nisto, o antropólogo Édison Gastaldo, no artigo aqui exposto, analisou como se davam as interações sociais em bares de Porto Alegre, onde eram transmitidas as partidas de futebol. Segundo o estudioso, partiu-se neste estudo da idéia de sociabilidade(entendida como um jogo da vida social), através da qual os indivíduos interagem, mas de forma lúdica: o autor busca no seu estudo, analisar como ela se dá no ambiente de bares, onde são transmitidas partidas de futebol, e onde predominam relações sociais do gênero masculino(já que no seu campo de estudo, estes ambientes eram frequentados sobretudo por homens). A participação em jogos e desafios seria um traço característico do papel de gênero masculino nas mais diversas culturas. No universo do futebol, nos bares, essa relação se traduziria numa “ relação jocosa futebolística”, onde existe uma espécie de regra que permite a “tiração de sarro” mútua entre, por exemplo, indivíduos de agremiações diferentes e até rivais, sem contudo ultrapassar o terreno da brincadeira. O futebol figuraria assim, para o povo brasileiro, como um espaço rico de interação social e sociabilidade masculina. Os torcedores geralmente se organizariam nesses bares em mesas, tendo como foco central a televisão. Esses torcedores manifestariam seu clubismo com roupas e acessórios, valendo a regra de que todo o fato ocorrido durante a partida seria interpretada pelo "código da rivalidade clubística", e dessa forma, estando o torcedor sujeito aos fatos do jogo. “Estar no bar”, significa desta forma, "coisa de homem mais 'homem' " já que se expõem desta forma a suportar uma possível zombaria; diferente idéia se faz do sujeito que “fica em casa” ( um lugar feminino que remete á proteção). Durante o jogo seriam comuns os desafios verbais entre os torcedores, através de comentário no bar, seguindo o que se passa na partida. Nesses comentários são comuns as desqualificações do sujeito alcoólatra(ex, o jogador "manguaça"), efeminado(bicha), pois seriam modelos distantes do ideal do “macho”. Seriam também comuns provocações verbais, ou mesmo dramatizadas entre rivais torcedores (ex. colocar o ventilador em frente a TV para “secar” o adversário),mas sempre dentro do limite da interação jocosa, num terreno onde apesar de "não dito" se aceita um nível de "tiração de sarro" mútua, sem atingir o self do outro indivíduo.
Pensando nisto, o antropólogo Édison Gastaldo, no artigo aqui exposto, analisou como se davam as interações sociais em bares de Porto Alegre, onde eram transmitidas as partidas de futebol. Segundo o estudioso, partiu-se neste estudo da idéia de sociabilidade(entendida como um jogo da vida social), através da qual os indivíduos interagem, mas de forma lúdica: o autor busca no seu estudo, analisar como ela se dá no ambiente de bares, onde são transmitidas partidas de futebol, e onde predominam relações sociais do gênero masculino(já que no seu campo de estudo, estes ambientes eram frequentados sobretudo por homens). A participação em jogos e desafios seria um traço característico do papel de gênero masculino nas mais diversas culturas. No universo do futebol, nos bares, essa relação se traduziria numa “ relação jocosa futebolística”, onde existe uma espécie de regra que permite a “tiração de sarro” mútua entre, por exemplo, indivíduos de agremiações diferentes e até rivais, sem contudo ultrapassar o terreno da brincadeira. O futebol figuraria assim, para o povo brasileiro, como um espaço rico de interação social e sociabilidade masculina. Os torcedores geralmente se organizariam nesses bares em mesas, tendo como foco central a televisão. Esses torcedores manifestariam seu clubismo com roupas e acessórios, valendo a regra de que todo o fato ocorrido durante a partida seria interpretada pelo "código da rivalidade clubística", e dessa forma, estando o torcedor sujeito aos fatos do jogo. “Estar no bar”, significa desta forma, "coisa de homem mais 'homem' " já que se expõem desta forma a suportar uma possível zombaria; diferente idéia se faz do sujeito que “fica em casa” ( um lugar feminino que remete á proteção). Durante o jogo seriam comuns os desafios verbais entre os torcedores, através de comentário no bar, seguindo o que se passa na partida. Nesses comentários são comuns as desqualificações do sujeito alcoólatra(ex, o jogador "manguaça"), efeminado(bicha), pois seriam modelos distantes do ideal do “macho”. Seriam também comuns provocações verbais, ou mesmo dramatizadas entre rivais torcedores (ex. colocar o ventilador em frente a TV para “secar” o adversário),mas sempre dentro do limite da interação jocosa, num terreno onde apesar de "não dito" se aceita um nível de "tiração de sarro" mútua, sem atingir o self do outro indivíduo.
GASTALDO, Édison. “O Complô da torcida”: Futebol e Performance masculina em bares.
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